Neste período fiz trabalhos de autoconhecimento e relacionamento com as mães. Enquanto elas se concentravam em seus trabalhos manuais, muitas vezes, se refugiavam de seus problemas.
Observando suas habilidades e a possibilidade de aliar seus trabalhos aos exercícios de aprimoramento na comunicação entre elas, apliquei duas ou três atividades específicas antes de iniciarem seus trabalhos. A prática do projeto gerou frutos de satisfação pessoal e social, além do prazer de pintar, tricotar e outros.
As atividades também produziram depoimentos dignos de serem apresentados para outros profissionais interessados em melhorar a qualidade de vida das mulheres de comunidades carentes.
Entre seus resultados positivos está a descontração, elevação da auto-estima, melhora no vínculo de amizade e intelectualidade, onde percebemos seus frutos em algumas atividades aplicadas no grupo de mulheres.
Todas mães têm necessidade de falar, não de forma superficial, mas sim, aprofundada, com responsabilidade e zelo, especialmente quando ficam cientes dos sonhos e expectativas de suas "parceiras de tricô". É necessário um tricotar em forma de palavras, não jogadas de qualquer jeito, mas trabalhadas com arte e inteligência entre cada uma delas. É assim que se desenvolve construtivos e sólidos laços de amizade.
No Fórum Mundial de Educação Popular mostrei os melhores "retalhos de bons tecidos humano" que nos faz repensar na qualidade de vida das mulheres brasileiras desprezadas, muitas vezes, pela família.
"Cada pessoa tem sua responsabilidade de transformar o mundo através da educação que nos ajuda a conservar a mente sadia, a consciência limpa e o coração solidário".
As mulheres e mães, independente de idade ou escolaridade, precisam exibir suas habilidades, intelecto, criatividade; suas idéias, para eternizarem momentos preciosos e úteis; devem inspirar respeito ao mostrar seu valor moral e reflexivo no meio em que vivem.
Amigos, procurei transcrever um trecho em que a atriz Dercy Gonçalves, aos 101 anos, disse num programa de tv sobre o que é a vida. Bjs, Eliana Pontes
“Nascemos pensando na melhor forma de viver, como se a morte não existisse, esquecemos os sinais da velhice, a aproximação da morte; só que a vida é uma ventania. O vento roda cada vez mais forte, envolve, domina (demonstração com os dedos)… aos poucos vamos perdendo a visão, o paladar, os sentidos, o controle, a memória, aí percebemos que não somos nada; voltaremos ao pó. Nada adianta o apego pelas coisas, a vaidade, o orgulho… Por isso devemos ser íntegros, honestos em nossa luta; porque só vai ficar aqui, o que a gente puder mostrar ou ensinar aos mais novos, enquanto tiver tempo e um pouco de saúde. Gente, o tempo é precioso…” Dercy Gonçalves – agosto de 2007